Minha Filha Diabética

Uma vida mais doce após o diabetes tipo 1!


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Qual é o seu medo com relação ao diabetes?

Eu tenho três medos. Acho que nunca falei sobre isso aqui. Meus medos não me paralizam. Não me desanimam. Muito pelo contrário. Acho que por causa deles eu cuido dela como cuido e tenho o blog pra incentivar outras pessoas a se cuidarem e me engajei na causa…

Primeiro: HIPOGLICEMIA – Esse sempre foi meu primeiro medo. Talvez por ser o mais corriqueiro e que pode nos pegar a qualquer momento. Tenho pavor de convulsões. Sempre me senti um lixo quando isso aconteceu. São nesses momentos que eu percebo que não somos nada, que não temos o controle de nada, por mais que cuidemos e nos descabelemos… eles acontecem quando menos esperamos. Meu maior medo com relação a hipoglicemia é acontecer quando ela estiver sozinha, ou com pessoas que não saibam o que fazer. Medo de que ela se machuque, sofra muito e tenha alguma consequência séria por causa disso.

Segundo: BANCAR O TRATAMENTO – A bomba de insulina só nos foi possível, assim como a levemir e novorapid, porque o governo nos dá. Caso contrário, nós estaríamos, como muitas pessoas estão, dependendo de NPH e Regular. Tenho medo de não conseguir manter esse padrão enquanto ela depender de mim. Tenho medo de dar a louca no governo e eles suspenderem o fornecimento ou dificultarem absurdamente o acesso ao mesmo. Eu não fico pensando muito nisso não, mas uma vez por mês, quando pego meus insumos, sinto uma inseguraça enorme, de chegar no balcão e o atendente dizer; NÃO TEMOS CANULA… que é a parte mais cara. Estou me sentindo bastante insegura pois esse mês foi minha última dispensação antes da renovação. Um processo novo que está acontecendo aqui em SP. A burocracia está maior e a Comissão de Farmacologia não está cumprindo com o prazo de 30 dias. As pessoas tem ficado 40, 60 dias sem receber. Até dia 18 de dezembro preciso receber um telegrama dizendo que posso ir buscar. Eles receberam minha documentação dia 12 de novembro… ou seja…. O que faremos? Terei que correr atrás de doação? Vender coisas pra comprar cânula, voltar pras canetas? Não tenho deixado esse sentimento tomar conta do meu sossego e vou deixar pra me descabelar dia 18.

Terceiro: COMPLICAÇÕES – Acho que esse é um medo comum, né. Ninguém quer ver uma pessoa querida sofrendo com dores ou qualquer outro tipo de impedimento. Faço o que posso hoje, espero que ela continue se cuidando, mas sei que se acontecer, paciência. Vamos cuidar. Penso em todo o cuidado que ela deverá ter 24 horas por dia todos os dias de sua vida. Os cuidados que deverá ter caso queira engravidar. Os cuidados que deverá ter dependendo da profissão que tiver. Acho que essas coisas todas permeiam os pensamentos de todos nós, especialmente nós, pais, que sempre queremos o melhor presente e futuro pros nossos filhos…

E como disse antes, esses medos existem, às vezes penso neles mas não deixo que eles me dominem. É uma realidade, não é? Não dá pra fingir que essas coisas não existem. Elas estão aí, vira e mexe conhecemos alguém que tem alguma complicação, que tem problema com insumos com o governo. Esses meus medos são reais e não devaneios de uma mãe neurótica e obsessiva!

Uso esses pensamentos como fonte de energia pra seguir em frente na batalha quando me sinto cansada, exausta e louca pra desistir de tudo.

E vocês? O que mais temem e como lidam com esses medos?

 

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