Minha Filha Diabética

Uma vida mais doce após o diabetes tipo 1!


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Lembranças da época do diagnóstico.

Descobrimos o diabetes dia 26 de outubro de 2008. Ou 24, ou 25.

Dia 27 já estava em São Paulo e era aniversário do meu irmão do meio. Não lembro de nada. Se teve festa. Nada.

Depois de 10 dias voltei pra Iturama/MG.

Em meados de novembro (um mês depois do diagnóstico), a Vittoria dormiu na escola no dia da Noitada.

Eu simplesmente não tinha ideia dos riscos que corria! E muito menos de como me programar e previnir.

Foi tudo bem. No dia seguinte de manhã eu estava lá pra aplicar a insulina que ficou na geladeira da escola. Já que ninguém me contou que existia caneta e nem que ela poderia ficar fora da geladeira.

Só no terceiro médico, que é o atual, eu fiquei sabendo que caneta existia porque ele perguntou:
“Você usa caneta ou seringa?” – Eu não entendi muito bem e disse – “Seringa.”
E ele: “Por que?”
“Porque ninguém me disse que poderia ser diferente!” (6 meses de diagnóstico e ninguém me falou que existia caneta e agulhas mais curtas).

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Como saber a hora dos nossos filhos assumirem alguns cuidados?

Até quando seu filho usou fraldas? Como você percebeu que ele podia ficar sem?

Até quando deu comida na boca? Como percebeu que ele já podia comer sozinho?

Até quando deu banho? Trocou sua roupa? Calçou e amarrou os sapatos?

Até quando teve que deixá-lo com alguém pra sair? Quando percebeu que poderia sair e deixá-lo umas horinhas sozinho?

Quando percebeu que era hora de deixá-lo ir sozinho à padaria, à farmácia, andar de bicicleta sem ter que ficar em cima, de olho o tempo todo?

Até quando vai medir a glicemia do seu filho? Até quando vai fazer o prato dele e contar os carboidratos? Até quando vai aplicar a insulina lenta e a rápida? Até quando vai lembrá-lo dos horários das refeições e das responsabilidades de ser diabético?

Não sabe? Eu também não. Filho não tem manual, mas essas coisas todas costumam acontecer num mesmo momento na vida de todo mundo, pode haver uma diferença de um ou dois anos, mas todo mundo numa certa idade está APTO pra fazer as mesmas coisas. Por que não frequentar um grupo de crianças e adolescentes diabéticos pra saber o que eles já conseguem fazer sozinhos e no que ainda precisam de você??

Lembro de uma palestra onde uma mãe falava sobre seu filho e todos os cuidados e aflições que ela tinha com ele, aplicava insulina nele dormindo, etc e tal. Todos ficaram super comovidos até entender que esse filho já tinha 18 anos e a mãe o tratava como se tivesse 6. Pra ele foi sempre muito cômodo ter a mãe se preocupando com tudo. Mas até quando? E não falo só de diabetes não, tudo na vida é assim. Temos que ajudá-los e prepará-los pra viverem LONGE de nós.

Pra nós mães também é muito cômodo saber tudo que o filho faz, como, onde e com quem. Mas infelizmente não é pra isso que a relação mãe-filho existe. Quanto mais você facilidar/ajudar/ensinar seu filho a se virar sozinho, melhor terá desempenhado o seu papel de mãe.

E aí? O que será responsabilidade do seu filho a partir de hoje? O que você pode deixar pra ele fazer?

Minha filha, com 7 anos, pode medir a glicemia sozinha. Ela até pode se auto aplicar se eu quiser, mas acho que ainda não está na hora. As medições são por conta dela, no horário que eu disser.

Seu filho é mais novo?? Será que ele não pode de repente colocar a tira no aparelho? Colocar a lanceta no lancetador? Que pequenas e simples coisas o seu filho já pode fazer??

Colocar a agulha na ponta da caneta?? Parece pouco, não é? Mas você já está dividindo com ele uma responsabilidade que será INTEIRA dele daqui uns anos.

Prepare seu filho pro mundo. Pra não depender de ninguém. Combinado?


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Descobri a cura do Diabetes !!!!

Da Vittoria ! Não sei da sua, talvez a do seu filho, quem sabe!!??

Bastaria morar numa cidade menor, com piscina ou praia. E que os vizinhos fossem crianças da mesma idade. Isso, cura minha filha.

Ser criança, cumprido o papel do ‘ser criança’, cura o diabetes. Se ela fosse criança há anos atrás, quando brincávamos na rua, andávamos de bicicleta livremente, passávamos o dia na casa dos colegas, sendo crianças, minha filha estaria curada.

Num dia com praia, minha filha não toma insulina rápida e diminui a basal.

Num dia com piscina, minha filha não toma insulina rápida e diminui a basal.

Num dia de brincadeiras com os colegas, em casa mesmo, com bonecas e canetinhas, minha filha não toma insulina rápida.

Claro, estou falando também dos benefícios dos exercícios físicos, mas mais que isso, do ser criança e feliz.

Dizem que felicidade demais aumenta a glicemia. Acho que confundimos felicidade (alegria) com ansiedade por algo com. Sim, ansiedade aumenta a glicemia, seja ansiar por algo bom ou ruim ou incerto. Felicidade não.

Pra esse ano, pretendo providenciar mais dias de cura pra Vivi. E pensar se realmente vale a pena morar numa cidade como essa, que sim, tem tudo que a gente precisa, mas a que preço?

 

 


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Um dia sem diabetes…

Ok, não foi um dia inteiro, foram apenas algumas horas, mas deu pra sentir bem a diferença.

É muito difícil eu sair sozinha com a Duda. Ontem aconteceu. A Vittoria não quis ir com a gente até a Liberdade, ficou em casa, almoçou em casa.

Já senti diferença na quantidade de coisas que eu NÃO TIVE QUE CARREGAR – literalmente, kits, lanches, etc.

Eu me senti mais leve. E não me senti mal por isso. Me senti mais light. Meu celular ficou na bolsa, e não no bolso, como sempre, já que não uso relógio.

O tempo. Os minutos. Passaram tranquilamente sem que eu tivesse que monitorá-los também pra saber qual seria o próximo passo. Até onde poderia ir até… a hora de alguma coisa, duma medição, duma correção, dum almoço, dum piti.

Pude perceber que, mesmo lidando bem com o diabetes, ele é uma mochila pesada que carrego diariamente. Ora nas costas, ora na mente, ora no coração, ora em todos os lugares ao mesmo tempo.

E eu carrego. Às vezes doem as costas, as pernas, a cabeça, mas eu carrego. Já reclamei, mas não reclamo mais. Não tenho com quem dividir esse peso (a não ser vocês – mas me refiro ao peso da prática mesmo, da mão na massa do dia a dia). Mas, logo logo, alguém que está crescendo lindamente, me ajudará a carregar esse peso, até ter forças para levá-lo sozinha. E aí sim, entregarei a mochila pra ela, tranquila de que dará conta. E muito bem.

Eu convivo muito bem com o diabetes. Mas convivo muito bem SEM o diabetes também! E por isso, amigos e familiares, dividam o peso da mochila. Não deixem o peso todo com uma pessoa só. Mesmo que ela dê conta – e nós sempre damos – dividir não dará mal a ninguém!


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E a vida não é só Diabetes!

É muito mais!!

Que vocês usem esse final de ano e o que quer que essas datas representem pra vocês, pra pensarem no que fizeram, no que vale a pena repetir, no que vale a pena tentar e no que não vale mais a pena perder tempo.

Repita o que foi bom, melhore o que foi ruim. Pense no que de você vale a pena ir pra 2011 e o que pode ficar em 2010, no passado.

Pense numa coisa só que sinta que precise se aperfeiçoar, não sei, perdoar, dar, aprender a receber, ouvir, falar, fazer, sorrir… escolha uma coisa, UMA pra ficar fácil de lembrar e pense nela o tempo todo. Faça bilhetes com essa palavra ou frase e coloque na sua carteira, na sua bolsa, na tela inicial do seu celular, em lugares em que você se depare o tempo todo e que fique fácil lembrar que é isso que você quer melhorar em 2011.

Seja feliz. Sorria mais. Tente encontrar em tudo que acontece com você, algo de bom, de útil. Mesmo que seja dolorido, pense no que aquilo que te machuca pode te tornar uma pessoa melhor. Por que dói? O que fazer pra não doer?

Quando tiver raiva e quiser xingar, dê uma de louca, dê um sorriso e mande um beijo. Se o cara te fechar no trânsito, bata palmas pra ele e mande beijos!

Releve.

Nada no mundo tem o poder de te tirar do sério. Nada tem o poder de despertar seu ódio, sua raiva. Não perca seu tempo se deixando levar por coisas e sentimentos ruins. Vai fazer mal pra tua pele, pro teu peso (!!), pro teu coração!

Entenda. Compreenda. Aceite. ACEITE.

O outro é diferente de você mesmo. Ainda bem. Não queira ser igual a ele, nem que ele seja igual a você. Respeite as diferenças e aprenda com elas!! Tem coisa melhor que isso?!

Eu faço assim, você faz assado. Mas que legal que você faz assado, posso fazer assado um dia, e você pode fazer assim um dia também! São mais jeitos de se fazer as coisas, o que não significa que o meu seja melhor que o seu e vice-versa….

Obrigada pelo carinho, pela atenção, pela confiança, pelo tempo que vocês investem lendo meu blog, pelos comentários e incentivos, e trocas, e amor… um beijo cheio de força e esperança pra todos vocês. Um beijo em cada bochecha que leu meu blog, um beijo em cada bochechinha doce e suas mamães mais doces que passaram por aqui e riram, e choraram, se acalmaram e alegraram. Conto com vocês ano que vem e espero que essa Globo passe logo o documentário do Drauzio sobre diabetes pra vocês nos conhecerem melhor! Um blog de carne e osso, é a sensação que vai ficar !!!

E olha o que minhas filhas aprontam nas férias…. dar bronca?! Nem pensar… água e sabão resolvem (quase) TUDOOOO !!!!