Minha Filha Diabética

Uma vida mais doce após o diabetes tipo 1!

8 anos, preconceito e um sustinho !!

12 Comentários

Sexta, dia 19, Vivi completou 8 anos. 8 anos de uma vidinha bem agitada e ter diabetes é só mais um detalhe de toda essa agitação.

Tivemos duas comemorações. Na sexta, um jantar pra família e no sábado a festinha em casa pros amigos da escola e outras crianças docinhas que pela primeira vez convidei !!!


Na quarta, dia 17, ela amanheceu com febre e sintomas de gripe. Dei o que costumo dar pra esses casos, que é tudo fititerápico inclusive e sempre resolveu. Normalmente no terceiro dia de medicação já não tem mais nada. Sua glicemia dificilmente se altera nesses casos.

Na quinta a febre piorou e ela não foi pra escola. Levei ao médico e passei a medicar como ele prescreveu pois queria que ela estivesse 100% pr festa no sábado. Glicemias ainda ok.

Na sexta ela foi pra escola pra fazer uma prova, passou bem na escola, meio quietinha, mas bem. Tivemos o jantar em casa, ela comeu pizza e bolo de cenoura. Sem novidades.

Acordou bem no sábado. O pai veio visitá-la. Nessas ocasiões eu já espero uma alteração na glicemia, em todos os aniversário após o diagnóstico ela teve glicemias bem altas. Nesse, não foi diferente. Acontece que dessa vez a glicemia não baixava. Ficou das 17h, hora que constatei o primeiro 480 até meia noite com valores altos assim, entre 420 e 450. Fiz correção com a bomba, com a caneta e a glicemia não baixava. Durante a madrugada ficou em torno dos 300 quando acordou meio que delirando e ví que estava com 39,5º de febre. Sábado foi um dia chuvoso e as crianças brincaram na garoa, no frio, esquentaram, tiraram agasalhos. Ela pirou bem da gripe. Mas o meu medo nem era esse, era a glicemia que não abaixava. Ela já estava sem comer há algumas horas, tomando muito mais insulina do que o habitual, NA CANETA e a glicemia não baixava.

Mil coisas começaram a passar pela minha cabeça. INTERNAÇÃO, DESCOMPENSAÇÃO, HOSPITAL, SORO, INSULINA NA VEIA…. E foi aí que eu percebi o quanto fui preconceituosa (sem ninguém saber) com pessoas que me contavam casos de descompensação. Confesso….. eu achava que era puro descaso. Que era só tomar insulina que tudo se resolveria.  Que a pessoa deixava de se cuidar e colocava a culpa no diabetes. AGORA EU SEI QUE NÃO É ASSIM. Eu fiz tudo que eu podia e a glicemia não baixava. Aprendi na pele. Não tinha mais o que ser feito.

Conversei com o pediatra e o endócrino e comecei a dar um antibiótico. Corri pelas farmácias atrás de algo que pudesse medir as cetonas na urina. NÃO EXISTE MAIS !! Talvez só em farmácias específicas. Agora sei que tem um aparelho que tem uma tira especial pra medir cetonas no sangue. Mas não tem em qualquer farmácia também.

Comecei o antibiótico domingo e ontem a noite ainda teve febre. As glicemias estão mais controladas. No domingo a noite já estavamos entre 200 e 300!!  O que pra quem passou 24 horas nos 450 é um ganho enorme. Desde domingo ela está tomando 30% a mais da dose de basal e mesmo assim beiramos os 250. Ontem a noite já melhorou bastante e conseguimos não ir para o hospital. Dei bastante água pra ela esses dois dias pra evitar mesmo uma internação. Odeio hospitais apesar do meu pai ser médico e de ter trabalhado neles também. Não gosto. Não confio em ninguém e ouço cada história pavorosa, que sempre, SEMPRE farei o possivel pra não ter que passar nem perto de um….

Acredito que esse susto tenha sido um conjunto de coisas, a gripe, a piora da gripe por ter abusado na garoa, a presença do pai, a emoção da festa de aniversário… enfim…. combinação bombástica !!! Nem passou pela minha cabeça que pudesse ter sido algo que ela comeu, pois depois de 2, 3 horas, não tem mais alimento pra queimar, então realmente tinham coisas a mais acontecendo.

E tudo isso valeu muito mais ainda pra eu perceber (de novo) que nunca estarei 100% no controle de tudo. Que pré julgamentos não adiantam em nada e até atrapalham nosso relacionamento com as pessoas. O susto também serviu pra eu melhorar meu kit “emoções fortes” em casa. Assim como quando ela teve convulsão numa hipo e no dia seguinte eu tinha um glucagon, essa semana providencio as tiras pras cetonas, parece que tendo essas coisas em casa, nunca precisaremos usá-las !!! 🙂

 Eu me assustei, mas já aprendi mais essa lição.

 

 

 

 

 

 

 

Autor: NICOLE LAGONEGRO

Enfermeira Educadora em Diabetes Graduanda em Nutrição Mãe de DM1 há 15 anos

12 pensamentos sobre “8 anos, preconceito e um sustinho !!

  1. nossa q susto msm a bia tb teve convulsa o devido a hipo entrei em desespero pq no destro estava marcando 91, liguei pra o pediatra e ele falou pq dar glicose ela melhorou em segundos…nossa na hora que ela melhorou, me acalmei..mais akilo td fika passando na minha cabeça…sustos e mais sustos…

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    • É horrível. A gente repensa a vida toda, todos os valores, pq vê que a gente não é nada nesse mundo, a gente não manda nada….
      A vida é um fiozinho…..
      A cada episódio desses, tanto hipo grave qto esse agora de hiper, eu dou mais valor a vida, respeito mais as pessoas, e um quilo de coisas e ideias futeis desaparecem da minha cabeça…..

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  2. Nicole, não é nada fácil mesmo, nossos filhos agora ainda são indefesos e precisam de nós…e quando não damos conta, parece que estamos falhando, mais na verdade não é assim…sempre fazemos o que está ao nosso alcance, e algumas vezes o controle da situação foge de nossas mãos…mais que bom que a Vivi não teve que ficar internada… pois não desejo pra ninguém o que eu passei com a Giovana no hospital…descompensação não é brincadeira e temos que redobrar nossas atenções e casos de hiper…depois vc passa pra nós o nome desse aparelhinho de medir cetonas, eu não sabia que tinha para vender…fiquem com Deus..bjs

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  3. Nicole, sempre leio o que vc escvreve… vc nos ajuda muito! A médica sempre me disse q qualquer alteração (principalmente os processos infecciosos) aumentam a glicemia, mas nunca imaginei que pudesse ser assim… que bom podermos trocar experiências pra entendermos que pode sim acontecer até mesmo conosco que nos consideramos “no controle”. Deus abençoe vcs!

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  4. Nossa ainda bem que já passou… mas esses sustos servem de alerta para nós outras mamães também, o João Pedro anda tendo umas medidas muito baixas em torno de 40 antes do almoço, já estamos reforçando na alimentação como a nutricionista orientou. Fico feliz que tudo ficou bem, felicidades pra vc, Vivi e Duda.
    Beijos

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  5. É amiga…. Vivendo e aprendendo!!!! Ainda bem que ela melhorou, ainda bem que vc tirou alguma lição disso, ainda bem que tudo acabou bem!!!!! Ufa!!!!! E bola pra frente!!!!!

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  6. Bom ler seus depoimentos porque é exatamente o que acontece com a gente… Sou diabetica há 18 anos (desde os 16) e também sou mãe de 3 (2 são gêmeas) e te entendo perfeitamente. É bem verdade que quando estamos com alguma infeção as glicemias alteram muito, também só vim entender quando aconteceu comigo. Imagina você que acontece com sua filha, deve ser uma loucura e para você. Parabéns e muito bom seu blog.

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  7. Ai que susto, ainda bem que agora tudo está bem melhor.
    aqui em Portugal existem umas tiras para medir os corpos cetónicos, através da urina.
    Posso enviar por correio.
    Um beijinho grande de parabéns atrasados.

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  8. Nossa, Nic, que baita susto… Eu tb penso às vezes que algumas coisas parecem exageros porque nunca aconteceram comigo. Nunca tive uma hipo grave, nem uma hiper descontrolada, mas sei que estou só no começo e que um dia serei eu contando essas histórias.
    Fico feliz que tudo tenha ficado bem e é como você sempre diz: FICA A LIÇÃO!!! Sempreeee!!!

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  9. Nic é muito difícil ter controle absoluto, aprendemos isso logo que o Bruno entrou na adolescência , quando descobrimos a doença ele tinha 9 p 10 anos até que conseguiamos manter controlado aos 14 e agora 15 é uma briga diaria com as glicemias.com os hormônios a mil ,é difícil ter controle , estamos descobrindo outras formas de ter o controle das glicemia indo além de só usar insulina, uma atividade física que ele goste, assim ele fica estimulada a praticar o esporte até em casa , massagem e mil coisas é assim aqui nossa vida descobrir uma forma de controlar essas glicemias que nos enlouquecem!!!!!!

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  10. que bom que sua filha melhorou meu filho tem 8 anos e faz 3 anos que lutamos dia apos dia mas e muito dificil a glicemia dele nunca esta boa ou esta alta demais ou baixa demais de 540 cai pra 30 e uma luta diaria tem hora que eu desanimo faço tudo certinho mais nao controla as vezes entro em desespero faz dieta com a nutricionista passa com a endocrino pediatrica de 3 em 3 meses ate ela ja esta achando complicada essa diabetis dele ela me falou se nao controlar dessa vez nao tem jeito vai ter que internar pra ve o que esta acontecendo nossa vida esta muito dificil dia apos dia hipo de madrugada todos os dias ja nem durmo mais direito esses dia ele me deu o maior susto caiu pra 32 as 3 da madrugada ele começou a gritar que nao me conhecia entrei em desespero eu e minha filha porque meu marido trabalha a noite so estavamos nos duas gritei ela pra pegar leite moça pra passar na boca dele passei um monte ai ele foi voltando mas quase entrou em convulçao estava pra ligar pro resgate quando ele voltou mais nao esqueço esse dia nunca mais na minha vida horrivel demais mais força com sua filha porque nos precisamos emuito

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